segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Só faz sentido na minha cabeça

 Minha mania de escrever palavras aleatórias tentando descrever o que estou sentindo já está se tornando insuportável. Juntar palavras profundas que não significam nada pra quem as está lendo tem se tornado um vício. Talvez escrever é minha sina e eu seja tão viciada nisso que nem percebo quando começo a rabiscar qualquer coisa sem sentido nas pontas dos cadernos. E é por isso que metade das minhas aulas não são produtivas e eu sempre me dou mal em provas. Talvez seja por isso que meus cadernos acabem antes das férias de Julho.
 Um emaranhado de pensamentos incoerentes, lembranças e vontades intensas unidos aos meus sentimentos que não fazem sentido... Isso é o que eu tenho sido. Uma memória no meio da madrugada, uma lágrima do meio da tarde, um milhão de risadas sem vontade durante a manhã. Eu estou recheada de "talvez" ultimamente. Um talvez eu esteja bem, um talvez eu esteja confusa demais pra definir como eu me sinto.
 Estou deixando meus leitores perdidos. Me desculpem.
 A confusão dentro de mim é tanta que às vezes me perco nos dias, nas horas e quando vejo já é sexta-feira e eu estou sentada numa sala cheia de gente que eu não conheço - e nem faço questão de conhecer - tentando entender que diabos "calcule a soma dos possíveis valores de x que verificam igualdade" quer dizer.
 O emaranhado de coisas sem sentido e completamente aleatórias se estende ao meu quarto, que eu também já nem conheço. Está tudo arrumado demais comparado ao meu estado de espírito. E talvez eu devesse arrumar meu quarto da forma que eu gosto e não do jeito que ele está. Talvez eu sinta falta daquele coelhinho, daquele colar, daquelas pulseiras e de todos aqueles beijos vazios.
 E é nessas horas que eu daria tudo pra poder voltar no tempo que nossas mãos se encaixavam sem nenhum motivo aparente e você me contava todas aquelas idiotices tão típicas suas que me faziam te querer ainda mais. Talvez você tenha sido o mais próximo de um "primeiro amor" que eu tenha chegado. Talvez eu te ame. Ou talvez não. Vamos torcer pela segunda opção.
 Eu ainda penso em você e aquele coelho ainda está guardado no meu quarto. E as pulseiras eu não faço a mínima ideia de onde foram parar. Mas os beijos continuam frescos em minha memória assim como todas as risadas ou o jeito que meu coração agia quando você me dava aqueles abraços quentes. Tudo tão vazio e cheio de sentimento.
 Acho que eu preciso de um beijo seu pra descobrir o que tá acontecendo comigo.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Um brinde à minha quase depressão

 Talvez meu pai estivesse certo quando disse que eu tenho alma de artista e disse que isso não era bom. Ele disse que eu era mais sensível que a maioria das pessoas. Talvez seja isso mesmo.
 Talvez qualquer coisa que me falem me deixa triste, pra baixo. Talvez seja só frescura, talvez seja uma coisa  minha ou talvez seja estupidez. Talvez seja complicado ou talvez seja essa mania de fingir que está tudo bem.
 Talvez seja aquele hábito ridículo de amar demais todo mundo que se aproxima de mim, talvez eu deveria parar de dedicar uma vida a quem simplesmente me descartaria na primeira oportunidade. Talvez eu só precisa de um pouco de felicidade, talvez eu devesse parar de reclamar tanto.
 Talvez todas as minhas dores emocionais sejam apenas uma ilusão, talvez nada disso seja real. Talvez todas as lágrimas e o sangue derramados, as cicatrizes e todas aquelas outras coisas sejam somente mais um dos meus caprichos. Talvez isso não se elevasse ao ponto tão alto no qual chegou se eu não fosse tão eu. Talvez eu não faça sentido e nunca farei.
 Talvez meu pai estivesse certo quando me abraçou e disse que seria difícil. Talvez meu pai sempre esteja certo sobre tudo. Talvez ele queira me proteger de tudo isso, talvez ele não possa fazer nada a respeito. Talvez meu pai queira me trancar em casa e nunca mais me deixar sair.
 Talvez isso tudo seja culpa da tal "alma de artista". Ele me disse uma vez que eu tenho alma de artista. E que ele também tem. Talvez ele sofreu todas as coisas que estou sofrendo. Talvez ele me entenda melhor do que ninguém. Talvez toda a distancia entre nós seja proporcionado pelo fato de sermos tão parecidos e conhecer tão bem um ao outro. Talvez os abraços dele sempre aparecem na hora.
 Talvez eu esteja divagando. Talvez nada do que todo mundo me disse faça sentido. Talvez eu possa ser feliz. Talvez minha alma não seja de artista. Talvez seja tudo culpa dessa quase depressão constante.
 Um brinde ao abismo no qual me encontro, entre a sanidade e a insanidade. Entre a tristeza e a depressão. Um brinde à minha quase depressão.