quinta-feira, 30 de maio de 2013

Insanidade, paixão, dança e amor

 Levei a taça à altura da boca pela terceira vez naquela noite, apenas sentindo o doce aroma da bebida que se encontrava ali. Sorri correndo os olhos pela pista, a procura de alguma coisa que me interessasse.
 Sim, uma coisa. Não necessariamente uma pessoa. Qualquer coisa que pudesse me distrair. Bebi um gole da bebida adocicada, sentindo ela descer de forma suave pela minha garganta levando junto uma sensação quente.
 Andei lentamente até o meio da pista de dança, os olhos aguçados procurando por qualquer mínimo movimento diferente. Sem encontrar nada. A música tinha uma batida sensual e envolvente. Meu corpo começou a se mover por conta própria e não seria eu quem iria pará-lo.
 Meus olhos se fecharam por puro instinto, sentindo cada detalhe da música, cada batida. Nem na terra eu estava mais, estava num plano acima, algo que eu não conseguia explicar. Sem bebida, sem nada. Era apenas a minha forma de me soltar. Dançando.
 Senti duas mãos fortes agarrarem minha cintura e não protestei, apenas abri os olhos vagarosamente encontrando um par de olhos chocolates me fitando de forma intensa. Um sorriso brincalhão mostrava parte da gengiva e a fileira de dentes brancos e perfeitos. Os fios do cabelo arrumados de forma bagunçada dava um ar descolado. Não me dei ao trabalho de reparar as roupas. Não naquele momento.
 As mãos se estreitaram em minha cintura, me puxando pra perto. Um sorriso fraco adornou meus lábios. Começamos uma dança simples, apenas movendo os corpo em sincronia. Com o tempo, percebi que ele quase tão bom dançarino quanto eu. Ou seria ao contrário? Não importava. Alguns passos mais trabalhados, mais complicados, uma mão que descia por minhas costas habilmente e uma mão que subia pelo abdômen dele de forma provocativa.
 Ele desceu a mão por meu braço, segurando minha mão e me levando pra longe da pista, pra perto do balcão. Chegou perto de meu ouvido, perto o suficiente pra fazer seus lábios roçarem em minha orelha enquanto falava. E eu sabia que isso era proposital.
 - Quer uma bebida? - era um sussurro simples. Os pelos de minha nuca se eriçaram. Aquilo me irritou.
 Ele sorriu sugestivamente, eu abri meu melhor quase sorriso pro homem à minha frente. 
 Olhei pro bartender, e não precisei falar mais nada. Ele me conhecia, conhecia minhas.... "táticas". Conhecia  tudo o que eu era por fora, conhecia meus gostos, meu jeito e meus defeitos. Só não conhecia minha voz. Ou não se lembrava.
 O homem do meu lado, que tinha os cabelos num tom avermelhado de marrom, pediu sua bebida pro homem alto à sua frente. Esse que sorriu e deu uma breve "explicação" sobre o olhar que eu havia dado, logo indo buscar as duas bebidas.
 O ruivo olhava pra dentro do bar, interessado demais naquilo. Aproveitei pra reparar melhor nele. Ele usava uma camisa larga, mas seu corpo era escondido por uma jaqueta de couro bem desenhada. Uma calça jeans cheia de acessórios e um tênis preto simples. Não me preocupei em gravar os detalhes de sua roupa, o que me deixou tensa, porque era isso o que eu sempre fazia. Mas, ao invés de fazer o de sempre, meus olhos insistiam em se prender no rosto dele.
 Ele era realmente bonito. E tinha o maxilar mais definido que eu já tinha visto em minha vida. Eu tinha achado lindo, mas meus olhos desceram por seu pescoço, gravando o pomo-de-adão bem desenhado. Era realmente atraente.
 O bartender voltou com as bebidas, entregando a minha em minhas mãos, me tirando da distração daquele homem. Voltei os olhos pra pista de dança que agora estava entupida de gente dançando, levei a taça novamente à altura de meus lábios, sendo interrompida pelo ruivo ao meu lado. Qual seria o nome dele?
 Os lábios dele foram à minha orelha novamente, depositando um quase selar muito discreto na mesma.
 - Onde aprendeu dançar daquele jeito? - falou um pouco alto pra que eu escutasse.
 Minha nuca se arrepiou novamente. Porque isso continuava acontecendo? 
 Dei de ombros, respondendo à pergunta dele, com um sorriso nos lábios. Observei pelo canto do olho ele se encostando no balcão novamente, bebendo um grande gole da bebida que se encontrava em seu corpo.
 Experimentei minha bebida adocicada pela segunda vez naquela noite, bebendo um pouco mais que da ultima vez.
 A música que tocava mudou. E agora uma batida sensual e convidativa enchia o local. Não só o local, mas meus ouvidos e todo o meu ser também, porém eu não ia me levantar dali e deixar que aquele cara pensasse que me tinha nas mãos. Esperei.
 Logo, uma mão confiante tocou minhas costas me levando pra pista novamente. Não deixei o copo no balcão, como sempre fazia, levei-o junto comigo, dando mais um bom gole. Isso não era do meu feitio, mas aquela noite eu estava com vontade de fazer aquilo.
 Com movimentos um pouco sensuais demais, invadimos a pista, chamando a atenção de algumas pessoas à nossa volta que nos olhavam boquiabertas, admirando o talento de dois dançarinos natos como nós. Ele colocou a mão em volta de meu corpo, puxando-me bruscamente, fazendo nossos corpos se chocarem e um pouco da minha bebida escorrer pela taça.
 Os olhos se encontraram de forma inesperada. Paramos com o pequeno "showzinho" e ficamos nos encarando. Uma batalha de olhares, nem sabíamos pelo o que estávamos batalhando, os olhares apenas se intensificavam cada vez mais. Ele se aproximou um pouco mais, fazendo com que nossas respirações se misturassem. Meus olhos, instintivamente, se fecharam.
 Mas, em vez de me beijar, ele desceu os lábios por meu pescoço, brincando com a pele dali de forma provocativa. Não me dei ao trabalho de abrir os olhos novamente, apenas coloquei uma das mãos na nuca dele, apertando-o mais contra meu pescoço. Iria deixá-lo se divertir um pouco antes de deixá-lo.
 Ele se separou de meu pescoço, voltando a me olhar nos olhos. O olhar cheio de desejo e luxúria. Abri meu melhor sorriso matador e ele fez o mesmo. Como ele podia ter um sorriso matador tão bom? A ponto me fazer ficar de pernas bambas?
 Ele se aproximou lentamente e, quando os lábios estavam quase nos meus, me desvincilhei de seus braços fortes, saindo de perto dele. Eu não podia arriscar. Me "perdi" no meio da multidão, voltando a dançar logo.
 Meus olhos varreram a pista de dança, procurando por algo de interessante novamente. Logo avistei um par de olhos azuis me encarando. Tinha um longo cabelo vermelho vivo e um sorriso malicioso que me dava vontade de ir até lá. 
 Olhei aqueles olhos quase chamando a garota pra mim, enquanto dançava. O que funcionou bem. Dois segundos depois ela já estava andando até mim. Usava um short jeans colado, um salto alto demais e uma blusa bem descolada pro meu gosto. A maquiagem não era pesada demais, mas chamava a atenção. Os lábios carnudos tinha um brilho vermelho e os olhos bem delineados tinha um tom escuro, com cílios igualmente bem desenhados.
 Ela desceu a mão pelas minhas costas, me puxando pra perto. Palavras não eram necessárias. Ela desceu os lábios ainda sorridentes até minha boca, iniciando um beijo cheio de luxúria. Eu sentia gosto de bebidas fortes demais e de hortelã, aquilo me agradava. Nossas línguas se chocavam de forma violenta, enquanto ela me puxava cada vez mais pra perto. Subi minha mão por sua nuca, arrancando um suspiro da garota bonita. Ela desceu sua mão pelas minhas costas, parando em minha bunda e apertando-a de leve. Separei o ósculo, olhando-a. Ela sorriu. Eu abri o quase sorriso que deixava qualquer um louco.
 Senti novamente mãos firmes me puxando pela cintura, me tirando dos braços da ruiva. A garota a minha frente olhava com raiva pra alguém atrás de mim. Vi aqueles olhos chocolates novamente, que agora encaravam furiosos a garota alta. Sorri com a situação.
 Eles travaram uma batalha intensa de olhares até que a garota fraquejou por um momento. Como se ela pudesse ganhar daqueles olhos marcantes... Ela tentou recuperar o controle, mas não conseguiu e saiu a passos furiosos dali. Era ele que iria me levar pra casa aquela noite.
 - Pensa que pode fugir de mim tão facilmente assim? - ele sussurrou, pressionando os lábios em minha orelha.
 Sorri irônica. Ele roçou o nariz pelo meu pescoço de leve, me provocando. E estava funcionando.
 - Você não fala? O gato comeu sua língua? - os lábios roçavam em minha orelha novamente.
 Ele se afastou um pouco pra me olhar. Eu sorri provocativa e fiz sinal negativo com a cabeça. Ele sorriu, satisfeito com a resposta. Era um desafio e ele parecia gostar disso.
 - Eu sou... Eunhyuk. - ele sussurrou alto em meu pescoço. - e descobrirei seu nome ao longo da noite.
 Era quase desafiador o tom de voz dele.
 Então o nome dele era Eunhyuk.... Soava bem.
 Voltamos a dançar animadamente, os corpos não se desgrudavam um segundo, ele não deixava eu me afastar um centímetro sequer. Ele logo resolveu começar a agir.
 Os lábios foram urgentes até o meu, começando um beijo selvagem e cheio de desejo. As mãos já passeavam por meu corpo, me deixando com vontade de tê-lo pra mim. Que tipo de pensamento era esse? Ninguém despertava esse interesse em mim.
 Depois de mais alguns beijos e toques ousados, umas bebidas da parte dele, resolvemos ir pra casa dele. Sim, a casa dele. Não queria que ele soubesse onde era a minha casa.
 Chegamos ao apartamento silencioso e aconchegante. Tiramos os casacos, deixando-os jogados por qualquer lugar da sala espaçosa. Ele sorriu.
 - Que tal dançarmos mais um pouco? - assenti, colocando um sorriso misterioso nos lábios.
 Ele foi até o som da sala colocando uma música muito sensual, com uma batida que atingia diretamente o centro do meu ser, me fazendo querer dançar. Mas eu não fazia a mínima ideia de que música era aquela.
 Ele veio até mim, estendendo a mão, peguei sua mão meio hesitante por não conhecer a música. Ele sorriu, compreensivo.
 - Uma composição minha e de alguns amigos. - ele disse, em uma falsa modéstia.
 Quer dizer que além de dançar também era compositor? E pelo tom de voz da música.... Cantava também? Agora sim eu estava encrencada.
 Ele desceu as mãos até meus quadris, puxando-me pra si. Começamos a dançar de forma lenta e sensual. Assim os beijos acompanharam. Não paramos de dançar em momento algum, enquanto o beijo se desenrolava quente demais.
 Minhas mãos adentraram sua camisa larga demais, podendo sentir o abdômen pouco definido dele. Ele desceu as mãos pelo meu corpo, parando no cós de minha "camisa", retirando-a lentamente. A dança não parou enquanto ele descia os lábios por meu pescoço, mordiscando-o e beijando-o de forma rápida.
 Os lábios se afastaram de meu pescoço e ele próprio retirou sua camisa, revelando o corpo bem trabalhado. Meu coração falhou uma batida. Porque isso estava acontecendo? Eu já havia visto corpos assim, até melhores pra falar a verdade, mas esse corpo... Esse homem....
 Ele desabotoou minha calça e desceu o zíper, colocando as mãos em minha lombar, retirando a calça por ali, fazendo questão de passar as mãos por cada centímetro de meu corpo que era coberto por aquele tecido. Com mais um peça jogada ao chão, ele dançou comigo até o sofá, deitando-me no mesmo dando fim à uma coreografia e começo à outra, mais interessante.
 Nos beijávamos selvagemente, vez ou outra ele descia um pouco por meu pescoço ou queixo. Já havíamos nos livrado de todas as roupas, só restavam as peças íntimas. Eu coloquei um dedo no elástico de sua box, brincando com o mesmo. Ele parou tudo e me olhou nos olhos.
 - Não quero fazer isso com você aqui. - ele disse rapidamente.
 Alguns segundos depois já estávamos aos beijos indo pra outro cômodo da casa. O quarto. Ele rapidamente tirou meu sutiã, descendo os beijos por meus seios. Tentei ao máximo conter os gemidos que teimavam escapar. Ele me olhou, interrogativo e provocativo.
 - Não vai gemer pra mim? - seu tom de voz era irônico.
 Fiz sinal negativo com a cabeça, ele sorriu malicioso enquanto subia os beijos lentamente por meu pescoço. Parou perto de minha orelha.
 - Veremos... - ele sussurrou, mordiscando meu lóbulo de forma lenta e sensual.
 Dessa vez, eu não tentei prender o gemido. Ele sorriu, satisfeito. Aquela seria uma longa noite...

 O sol já estava alto no céu e uma brisa fria gostosa entrava pela janela entreaberta daquele quarto espaçoso. O ruivo estava dormindo relaxadamente. O corpo coberto apenas por um lençol branco fino... Era a perdição. Não tanto quanto tinha sido na noite passada, mas chegava bem perto. Aquele homem era incrível.
 Eu estava enrolada num cobertor grosso, sentada numa cadeira no canto do quarto, olhando a cidade ainda adormecida pela janela. Poucos carros circulavam e chegava a ser quase silencioso. Era um apartamento lindo, aconchegante e... eu gostava dali.
 Olhei pra cama pela milhonésima vez desde que havia acordado. O que eu estava fazendo? Eu deveria ir embora, pra minha casa, tomar um banho e guardar aquela noite onde guardava todas as outras noites. Mas eu não conseguia. A única coisa que eu conseguia fazer era revezar os olhares entre a cidade linda e aquele homem na cama. O que ele tinha de tão especial? Eu queria ir embora, estava com medo. Não queria ficar ali. Não podia.
 Me levantei, indo até a cama. Me deitei, observando aquele rosto sereno. E decorando as curvas daquele maxilar maravilhoso até seu peitoral pela décima vez aquela manhã. Toquei seu maxilar, acariciando de leve. Eu não sabia o que estava fazendo. Não sabia porque eu ainda estava ali ainda.
 Voltei a me sentar na cadeira, abraçando os joelhos. Estava com medo daquele sentimento que crescia dentro de mim sem minha permissão. Senti as mãos firmes em mim. Eu quase já as reconhecia.
 Ele tirou o cobertor de mim, se sentando atrás de mim e me abraçando, cobrindo-me novamente. Meu coração palpitou desesperado. Ele encostou o queixo em meu ombro e beijou meu pescoço de forma preguiçosa.
 - Bom dia! - ele sussurrou. - dormiu bem?
 Não assenti, não respondi. Apenas fiquei ali... Eu estava desesperada. Queria sair correndo, mas o que me prendia ali... Era ele. Justamente de quem eu queria correr.
 - Tá tudo bem? - ele perguntou, preocupado.
 Assenti, entrelaçando nossos dedos. Que se dane! Eu iria ficar com ele. Fosse só por aquela manhã, ou fosse a vida toda. Eu pararia de me preocupar.
 - Victoria. - sussurrei hesitante. - Victoria Park.
 Ele sorriu soprado, intensificando o contato de nossos corpos.
 - HyukJae. É um prazer te conhecer. - a voz dele soou sorridente.
 Me entreguei aqueles toques o resto da manhã. Me entregaria pra sempre se fosse necessário.

sábado, 18 de maio de 2013

Erros

 Meus olhos estão pesando, mas se prendem no homem de baixa estatura que, meio sem jeito, entrega a prova a seu respectivo "dono". Um suspiro pesado escapa de meus pulmões. Eu queria sair dali, o mais rápido possível. Eu simplesmente... Não queria estar ali.
 Será que seria sempre assim? Uma espera nervosa por uma avaliação que ninguém sabia direito fazer, esperando pelo pior? Eu nem havia começado direito e aquilo já estava me dando nos nervos. Bati nervosamente o indicador em minha mesa, respectivas vezes.
 Aquilo não fazia o menor sentido. E eu me sentia suja por aceitar como se fosse a coisa mais normal do mundo, e todo mundo sempre aceita. Isso tá errado. Teremos que fazer provas pra sermos julgados por alguém que julga saber mais do que a gente? E pra que? Pra passar em boas faculdades? Pra fazer um curso qualquer e ter um diploma? E... Porque isso te faz uma pessoa melhor?
 Eu simplesmente não consigo entender. Não quero passar numa boa faculdade apenas por status, apenas pra poder "ser alguém" na sociedade. As pessoas fazem as coisas pelos motivos errados e eu já estou muito cansada disso. Conhecimentos descartáveis de mundo, coisas totalmente racionais... Isso é tudo o que é avaliado. Ninguém quer mais saber as suas verdadeiras habilidades.
 Gente se tornando aquilo que odeia. Gente se ocupando de coisas fúteis, apenas porque... a sociedade impõe isso. Isso... me deprimi.
 Rabisquei coisas sem sentido na folha a minha frente. Eu não estava interessada naquilo. Eu nem me importava. Eu não havia me preocupado em aprender qualquer coisa racional demais. Sempre fui melhor em filosofia do que em matemática. Matérias criativas sempre foram meu ponto forte.
 Assinei meu nome rapidamente e entreguei a prova ao fiscal simpático. Saí da sala, tensa. Eu não queria aquilo. A minha visão de mundo, completamente diferente da do resto das pessoas. Sentei numa pequena elevação da calçada e observei o céu.
 Era muito melhor que qualquer coisa, tive vontade de voar até lá... Parece que as coisas que eu mais desejo sempre estão fora de meu alcance... Um dia ainda irei consegui-las.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Um ano

 Eu não sei explicar o que to sentindo, pra falar a verdade. Eu só... sinto. Já se passou um ano desde que resolvi criar o fã clube que, no começo, se chamava "Pollovers". E pensar que hoje esse é o nome dado à todos os fãs de Pollo...
 Criar o fã clube foi uma coisa espontânea, apenas consequência do amor que eu estava sentindo por dois (dois, não três) muleques estranhos que cantavam Piritubacity e Excessão da Regra. Dois muleques que pareciam mais idiotas que tudo a meu ver. E eu realmente tinha me apaixonado.
 A consequência se tornou séria, conheci o terceiro muleque estranho. Então, por um acaso qualquer, acabei escrevendo um texto pra esses muleques pelos quais havia me apaixonado, criado um fã clube e acompanhava diariamente. Resolvi mandar pra garota que andava com esses garotos, a namorada de um deles. E pedi pra ela que pedisse pra ele ler. Muito tempo depois, ela me responde um "ele tá lendo". E - me desculpe o palavreado - PUTA QUE PARIU, foi a melhor sensação que já tive na vida. Sabe quando o coração acelera e seus lábios se recusam a desfazer o sorriso enorme em seu rosto? Assim eu me sentia. E nada do tal garoto dar indícios que já tinha lido. Meu nervosismo só aumentava, meu coração quase saía pela boca a cada segundo que passava. Então, ele seguiu o fã clube. Ele seguiu e eu pensei que meu dia não podia ficar melhor, então ele agradeceu, ele disse que tinha orgulho de estar onde estava por causa dessas coisas. E como se não fosse o suficiente, nos chamou pra ficar no camarim no show que tivesse aqui e - como o mundo estava me pregando peças esse dia - ele ainda disse que me daria um boné.
 E foi assim que tudo realmente começou e eu percebi que não poderia viver mais sem aqueles quatro rostinhos, sem aqueles quatro sorrisos e eu simplesmente não poderia mais respirar se não ajudasse eles a crescerem.
 Depois de um tempo, o "mc gordinho" - como eu costumava chamá-lo - também nos respondeu, consequentemente seguiu. Não poderia ser mais perfeito. Parecia até um sonho, tínhamos o reconhecimento de cada um deles, até dos parentes, eles nos davam a maior atenção e o maior apoio ao fã clube. E eu nunca pensei que pudesse ser mais feliz. Mas ainda faltava um, que se recusava a nos notar no meio daqueles muitos - sim, já eram muitos - fã clubes pedindo por atenção. Porém graças ao destino, mais uma vez, tínhamos o número de celular dele e - por uma loucura impensada - ligamos pra ele, às cinco da manhã (isso mesmo que você leu, cinco da manhã) e fizemos algumas piadinhas. E ele disse que iria nos seguir.
 E eu nem vou comentar sobre meu aniversário se não irei surtar até demais e deixarei vocês assustados, haha.
 Alguns podem pensar que eu surto por pouca coisa, que eu faço muito escândalo por quase nada e que eu nem sequer toquei neles, mas tudo o que me disseram - mesmo que pela internet - foi suficiente e eu agradeço à Deus por ter colocado essas criaturas com miolos a menos na minha vida.
 E hoje faz, exatamente, um ano que resolvi oficializar meu amor por eles. Faz um ano que resolvi que daria tudo pra ajudá-los, sempre. Um ano que eu disse pra mim mesma que apoiaria a carreira e o sonho de cada um deles. Faz um ano também sem o abraço deles, mas não faz mal, eu sei que Deus tá preparando meu momento com eles. E eu sei que vai ser perfeito.
 Eu gostaria de agradecer por cada sorriso, cada gargalhada, cada lágrima derramada que eles me proporcionaram nesse um ano. Um ano... E parece que foi ontem que eu saí perguntando pros meus amigos que nome era melhor pra um fã clube...
 Eu gostaria de passar todo o amor que eu sinto, toda a felicidade, tudo... que eu estou sentindo por ter conseguido "cuidar" desse bebê que é o meu fã clube durante todo esse ano, apesar de tudo que vêm acontecendo.
 Minhas sinceras desculpas por ter "abandonado" os meninos nesses ultimos meses, eu juro que não foi por querer, mas... eu só não conseguia.
 E de verdade, eu sinto um puta orgulho desses muleques que eu vi crescer, praticamente. Que eu quis acompanhar de perto desde que ouvi pela primeira vez Excessão de Regra, desde que vi o primeiro POLLOTV, desde que... vi o sorriso de cada um deles pela primeira vez.
 E eu prometo que estarei aqui por eles, até depois do pra sempre. Porque esse amor é puro e eterno e eu estarei aqui. Com muito amor, dedico esse texto aos três muleques de Pirituba. Eu amo vocês.