sábado, 26 de abril de 2014

No final do caderno, nas prateleiras escondidas

 Temos tão pouco pouco pouco tempo. A vida é tão tão tão frágil.
 Um beijo, um sorriso. Sonhos, sonhos, sonhos. Desilusão, mágoa. Lágrimas, lágrimas e lágrimas.
 Amor. Amor, amor, amor e paixão. Lembranças, passado, rabiscos, fotografias. Músicas, letras e melodias.
 Beijos de bom dia. Despedidas sem beijos. Ordem, desordem. Progresso, regresso. Como dia o Brasil e a bandeira. Sem ser respectivo. Uma lembrança, duas. Risadas sem motivo. Um beijo de boa noite, dois. Três, quatro, cinco e seis. Duas, três noites sem dormir. Desilusão, ilusão, amor, paixão. Pecados, pecados, pecados demais.
 Histórias não contadas, não vividas. Um erro de digitação, de português, um erro ortográfico outro, gramatical. Erros na organização de pensamentos. Lágrimas nos cantos dos olhos por conta de bocejos sonolentos. Remela. Café-da-manhã dividido. Sorrisos sorrisos sorrisos e beijos. Elogios. Um você está linda. Seu cheiro é bom. Depois alguns seu abraço é bom, seu sorriso é lindo, você beija bem.
 Fica linda sem roupa também.
 Uma chance mal dada. Términos, términos e decepções. Desejo, desejo, desejo desejo desejo desejo DESEJOdesejo... Coisas ruins ruins ruins, ruins ruins. Boas. Um sorriso bonito. Uma garota bonita.
 Palavras bonitas. Paixão. Bonita? Paixão? Quedinha. Desejo, vontade, calor. Café e suco. Quedinha? Paixão. Sorrisos, mais palavras, toques, olhares. Desilusão? Amor. Amor? Amor!
 Amor... Reciprocidade. Erros erros e erros. Dores de cabeça, noites mal dormidas, sua música preferida no repeat, seus olhos na minha cabeça, noites sem pregar os olhos. Eu gosto de você mais do que deveria. Eu nem deveria...
 Problemas, problemas, problemas... Tristeza. Afastamento, preocupação. Fotografias, lembranças, sorrisos. Um erro, dois, três, quatro. Você é linda... Talvez a mais bonita que eu já tenha visto. Três chances jogadas na lata do lixo. Arrependimento.
 Pecados pecados, castigos. PECADOS. Tristeza, tristeza... Amor. O sorriso dela... Saudades... Beijos não dados... Mãos dadas... Caminhadas...
 Coisas. Coisas, coisas e coisas. Feitas e não feitas. Coisas COISAS.
 Rabiscos, anotações no fundo do caderno.
Palavras soltas que contam histórias.
Ou não.
 Meus personagens, seus. Você, eu. Vocês, nós... O mundo, as coisas... Rabiscos na aula chata de matemática.
 Um romance mal escrito, mal lido, mal contado. Não vendido. Na prateleira do fundo da livraria. Um romance ruim.
Real? Não tem final feliz.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Pecados

 É engraçado como você consegue ver o íntimo do meu ser. Explorar-me, tocar-me, despir-me apenas com um olhar. Seus olhos são como a entrada para um mundo obscuro, insano, profano. É quase como um convite para pecar.
 Seus dedos excitam-me de tal forma que eu não consigo explicar. É como colocar álcool e fogo num papel e apenas deixá-lo queimar. É algo natural, como se fosse predestinado aquilo. Seus dedos também são como um convite para pecar.
 Seus lábios são a porta para o inferno. O sabor que verte deles é como droga, heroína, maconha, que te deixa aéreo, te vicia, te deixa fora dos eixos. Mais que um convite, um caminho para pecar.
 As curvas do seu corpo são como o próprio inferno. Quente, escaldante, enlouquecedor, cheio de pecados, cheio de tentações. Curvas perigosas, fendas quentes e apetitosas. O próprio pecado em carne e osso.
 Chegamos à conclusão de que você é quase como o diabo. O diabo mais bonito que se pode existir. Eu não ligaria muito de ir para o inferno se a estrada fosse exatamente suas curvas e se quando chegasse lá encontrasse lábios como os seus para me receber.
 Aceitaria de bom grado minha pena eterna.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Te quero

Te quero.
Te agora,
te quero depois,
te quero o tempo todo.
Te quero.
Te quero mais que o recomendável
Te quero mais que o considerado saudável.
Preciso-te.
Preciso do teu sorriso, do teu cheiro, do teu jeito.
Preciso-te hoje,
amanhã e depois.
Te quero hoje,
amanhã e depois
e depois e depois e depois.
Te quero pra agora
Te quero pra ontem
Te quero pra amanhã.
Te quero na minha cama,
no meu quarto,
na sala de estar.
No banheiro e no sofá.
Te quero, te quero, te quero.
Te quero.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Cansaço.

 Eu ando tão cansada. Cansada de acordar todos os dias no mesmo horário, tomar banho no mesmo banheiro, comer as mesmas coisas, passar o mesmo tanto de tempo no caminho pro mesmo colégio, ver as mesmas pessoas, estudar as mesmas coisas. To cansada, to farta. To explodindo.
 To cansada de não ter pra onde correr quando eu simplesmente to cansada. Eu queria um colo, uma conversa sem sentido, risadas. Eu queria um pouquinho de mim de volta. Estou cansada de príncipes chatos, cansada da falta de princesas, cansada e cansada e cansada e cansada.
 Eu to carente, to precisando de alguém que queira estar comigo simplesmente por estar, mesmo quando eu esteja cansada como ando estando. Preciso de alguém que esteja pouco se fodendo se eu não quero falar sobre meus problemas e simplesmente fique do meu lado, curtindo o nosso silêncio enquanto faz carinho no meu pulso. E eu to cansada de não poder ter nada disso.
 Minha vida se tornou um barco sem porto, fico à deriva o tempo todo, com medo o tempo todo, cansada de não ter tanta comida, tantos recursos no barco que está sempre pelo mar. Cansada do sol quente na cabeça e das noites mal dormidas. Cansada da solidão.
 Porque, mesmo que eu quase não admita, a solidão deixou de me agradar o tempo todo, porque anda sufocante demais, presente demais. Eu estou a procura de um farol, de um porto pra poder encostar, nem que seja por um dia, algumas horinhas, tô precisando de um carinho, colo. Ando muito vulnerável, carente.
 Talvez seja só tpm. Espero que seja.
 Mas enquanto eu não estou me importando, continuo pedindo por um carinho, por estar cansada e cansada e cansada.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sono e divagações

 Realmente eu não estou me sentindo mal, na verdade não me sinto mal tem algum tempo. Mas um carinho me cairia bem. Bem demais. Eu também não me sinto bem. É quase como um meio termo torturante que me dói. A montanha russa emocional de novo ativa. Eu sei lá...
 Às vezes me pego pensando em alguém que eu realmente não deveria pensar tanto, porque é alguém tão incerto, distante que... É quase uma utopia. Aliás utopia tem sido minha palavra favorita esses tempos, simplesmente porque ela é uma palavra tão presente que não há como odiar. Apesar de eu sentir certa aversão à ela. Não a palavra em si, porque certamente todas - ou a maioria das - palavras me encantam ou tem sua peculiaridade que me deixa meio instigada. Palavras pra mim são como vários tipos de chocolates sendo descobertos aos poucos por minha língua e meus dedos inexperientes.
 Isso soa como metáforas pervertidas. Gosto delas também.
 Eu sinto como se eu estivesse quase perdida em mim mesma, em certos momentos. Eu não sei direito como reagir a mim mesma, a minhas vontades e todas as coisas do tipo. Me sinto apaixonada demais por coisas, pessoas, tudo demais. É igual a minha tese de "ser demais", eu sempre sou mais do que eu mesma consigo administrar.
 Me sinto quase como um presidente, ou um prefeito ou o que seja, bem incompetente que tenta cuidar de um país ou uma cidade que vai muito além de sua capacidade. Eu sou o prefeito incompetente da minha vida, dos meus amores, das minhas paixões. Eu não sei nem como lidar com meu próprio corpo, que dirá com meus sentimentos e com minhas palavras.
 Sei lá, acho que eu só preciso de uma boa noite de sono porque já faz mais de doze horas que não prego os olhos e acreditem, pra mim isso é tempo demais sem dormir.

Corpo

Meu, meu, meu, meu e meu
Eu mostro pra quem quero
Toca quem eu quero
Século 21
Ano 2012
Pessoas são pessoas
Não objetos
Não pedaços de carne.
Seu corpo
Seu, seu, seu e seu
Assim como o meu é meu, meu, meu.
Ninguém sem autorização tem o direito
De tocar
Despurificar
Masturbar
Macular
Violar.
Meu corpo, seu corpo
Todos merecem
Respeito
Respeito, respeito, respeito e respeito.

#Ninguémmereceserestuprada