sexta-feira, 7 de março de 2014

Garotas com G de...

 É engraçado como as coisas mudam. Engraçado não... Estranho. Às vezes, as mudanças ocorrem rápido demais até pra mim que sou literalmente uma metamorfose ambulante. Algumas coisas mudam rápido demais pra minha mente apegada, as coisas saem fora do lugar, eu fico fora dos eixos, eu padeço. Eu perco o rumo. 
 É engraçado como eu paro de me importar com as pessoas sem nem perceber. Acontece sempre da mesma forma. Um pouco de dor, um pouco de raiva, um pouco daquilo que costuma ser uma felicidade de fachada. Eu não sei. E de repente, eu já nem penso mais tanto naquilo.
 Eu realmente não gosto de mudanças repentinas. Não por parte dos outros. É como se eu tivesse dormido por um tempo e a pessoa tenha mudado completamente os costumes, a forma de falar, seu jeito, o sorriso, é como se absolutamente tudo tivesse mudado. E é como se eu não fizesse mais parte daquela nova "pessoa".
 Eu geralmente enjoo fácil. De tudo. Das pessoas, do meu rosto, do meu quarto, da minha forma de expressar as coisas, do céu, do tempo. Se está calor por tempo demais eu me sinto mal, igual para o frio. Se meu quarto ficou arrumado por tempo demais, eu me incomodo, se ele está muito bagunçado a mesma coisa. Mesmo que meu quarto seja sempre bagunçado.
 Parece que estou me expressando de forma literal demais. Isso me incomoda. Geralmente eu gostaria de falar coisas nas entrelinhas.
 Eu estou uma confusão hoje. Acho que é tpm. Ou não.
 Eu só senti vontade de escrever. Da forma nada clara e subjetiva com a qual estou acostumada.
 Acho que entendo porque as pessoas infelizes gostam tanto de álcool: ele te tira a capacidade de pensar. E sabe, se você não pensa, não tem como pensar em todas as coisas que estão erradas. Logo, você terá uma falsa sensação de plena felicidade. Eu me sinto assim sem qualquer álcool. É como ser alcóolatra. Quando você bebe, está tudo bem, sem pensamentos, sem sofrimento. Mas a partir do momento que você se torna sóbrio, é como uma queda. E das feias. Às vezes me sinto assim... Talvez se eu fosse alcóolatra realmente seria mais fácil. Eu deveria apenas me internar numa clínica.
 Quando se vive uma montanha russa é meio complicado de "se curar". É como estar por um fio a todo momento, os sentimentos podem se modificar a qualquer momento. Uma bomba relógio, um fio cortado errado e bum! está tudo desmoronado. Não desmoronando, não caindo, não explodindo. Mas desmoronado. Tudo de uma vez. É a pior das sensação.
 Eu me sinto como se não fosse uma pessoa exatamente equilibrada. O que eu tenho é uma vaga sensação de equilíbrio, como na época em que eu fazia ballet, girava na ponta de um dos pés por um segundo numa pirueta, num piqué perfeito depois de um arabesque. Mas eu nunca fui boa nem com piruetas nem arabesques. Na realidade, equilíbrio nunca foi meu forte. Me manter sóbria depois de várias piruetas nunca foi um sucesso. Eu sempre acabava cambaleando.
 Talvez eu tenha sido feita pra cair, pra errar, pra sair fora dos eixos. Pra ficar tonta. Errada.
 Me lembro vagamente de algumas aulas de quando eu era pequena. As coisas eram fáceis, parecia que eu tinha jeito pra aquilo. Eu nunca gostei da disciplina, eu gostava de dançar Xuxa no final das aulas, do relaxamento e das brincadeiras. E depois quando eu avancei de nível, eu ficava até o final da aula das crianças menores pra poder dançar Xuxa com elas. O improviso sim era meu forte.
 Eu abandonei o ballet um tempo depois (junto com o teatro, jazz e todos os meus outros sonhos), pra descobrir que lá é que era o meu lugar.
 Eu não voltei.
 Eu sou incoerente, eu sou confusa. Enjoada. Enjoativa. Sou doce. Doce bom. Mas daqueles doces que se você comer demais, vai enjoar rapidamente. Eu sei disso. Sempre soube. O problema é que as pessoas não sabem disso. No final, elas escolhem outro doce. Enjoaram de mim. E mesmo que isso torne as pessoas azedas, eu continuo apreciando-as. Sempre gostei dos azedos, daqueles que todos preferem deixar por ultimo e acabam não comendo. Até aparecer alguém com um gosto refinado o suficiente pra conseguir apreciá-los da forma certa.
 Um dia eu contei a uma amiga - daquelas amigas especiais pra caramba - uma das minhas metáforas. Ela disse que eu era louca. Talvez eu concorde. E talvez eu também ache as minhas metáforas uma bosta.
 Algum tempo atrás, eu confessei a uma garota que estava apaixonada por ela. Foi divertido imaginar a cara de surpresa dela enquanto me mandava mensagens tentando entender as besteiras que eu dizia. Porque, geralmente, eu não faço sentido. Aliás uma amiga (a mesma de antes) disse que eu não sou coerente.
 Eu estou envolvida demais com alguém. Alguém que talvez não entenda quando eu lhe digo "estou me envolvendo demais", porque sério, quando eu me envolvo demais é um problemão. Ninguém gostaria de me ter envolvida demais, a não ser que esteja tão ou mais envolvida que eu. O que não é o caso.
Odeio garotas que fazem meu estilo. Elas são irritantes. Irritantemente lindas. Garotas com sorrisos complicados, histórias, um passado... Garotas... Garotas tem a mesma inicial que o nome dela... Garota. Ela.
 Acho que estou apaixonada. Será que é uma problema?

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